segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Sobre o discurso e a prática de alguns professores na UFT do curso de Filosofia e Teatro: Educação que discrimina não é educação. É aberração!

No curso de Filosofia e Teatro da Universidade Federal do Tocantins – campus de Palmas. Observamos no discurso dos professores uma preocupação de formar estudantes a partir de uma perspectiva critica da sociedade tocantinense e brasileira – Uma visão contra hegemônica, anticapitalista e emancipatória. Nesse sentido um dos focos dessa formação é o combate à discriminação – seja ela racista, sexista, homofóbica e etc.
Percebemos, portanto que há um discurso hegemônico entre os professores da UFT do curso de Filosofia e Teatro a cerca da necessidade de respeito à diversidade e a pluralidade. Porém a prática de alguns desses professores vai totalmente na contramão do que eles pregam. O que se vê é exemplo de atitudes racistas, sexistas e homofobicas. Diante disso como formar educadores que respeitam a diversidade e combatam o preconceito se a prática dos professores é o oposto do seu discurso? É obvio que precisamos de uma formação que não reproduza a discriminação e o preconceito. É obvio que precisamos de uma educação que não reproduza o discurso machista, racista e homofobico em ascensão no ultimo período. Porém essa obviedade cai por terra quando vamos para realidade. Quando ouvimos, por exemplo, um professor chamar de aberração um transexual. Ora aberração é uma educação que discrimina. Que na verdade não pode se quer ser chamada de educação. É um discurso de ódio que contribui para o aumento da violência contra gays, travestis e transexuais. E não podemos já mais encarar com naturalidade tal discurso, pois é justamente a naturalização desse discurso que acaba contribuindo para inercia das pessoas diante de casos como esse. Logo de nada adianta realizar seminários e rodas de conversas com organizações feministas, LGBTT´s e do movimento negro se nas aulas muitos professores contradizem o seu discurso. Paulo Freire já dizia: “... a gente tem que ser coerente. Por que não adianta o discurso revolucionário com uma prática reacionária... Não é o discurso que diz se a prática é valida; é a prática que diz se o discurso é valido ou não. Quem julga é sempre a prática, não o discurso. De nada adianta um lindo sermão seguido de uma prática reacionária. De nada adianta uma proposta revolucionária se nossa prática é pequeno-burguesa”.
Lamentamos que tais fatos ocorram, sobretudo, em cursos que deveriam dá o exemplo na promoção de um pensamento que respeite a diversidade e a pluralidade. Cursos que tem por finalidade a formação de educadores. Educadores que deveriam contribuir para construção de uma sociedade livre de discriminação. Faz-se necessário por tanto que os professores combatam a incoerência – o distanciamento entre a prática e o discurso. Especialmente aqueles que se dizem Freirianos. É necessário mais do que nunca combater essa aberração que nada tem haver com educação. Sobretudo educação libertadora. Logo é preciso que os professores se libertem dessa pedagogia aberrante, antes de libertar os seus educandos. Pois sem essa libertação o máximo que conseguirão é afirmar ideias discriminatórias e preconceituosas. Os estudantes por sua vez não podem ficar calados diante de discursos incoerentes, especialmente aqueles que contribuem para cultura do ódio. Devemos nos levantar e gritar – machistas, sexistas e homofobicos não passaram!
Pedro Ferreira Nunes – é estudante de Filosofia da Universidade Federal do Tocantins.

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