segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Conto: A morte do encantador de serpentes em uma madrugada sangrenta

Por Pedro Ferreira Nunes

Era madrugada fria. Os pelotões de soldados em marcha vasculhavam todos os cantos da cidade. O som da batida dos tambores marcava o marchar das tropas. As ruas da cidade estavam desertas e escuras. Ao contrario de poucos minutos antes das tropas adentrarem na cidade.

Em poucos minutos tudo era correria e tiros - O corpo dele ainda se encontrava estendido no meio da praça, solitário sob o próprio sangue e crivado de balas. O vento frio zunia como uma canção melancólica, o belo luar desaparecerá sob as nuvens, o céu estrelado se extinguiu.

Não haviam matado um terrorista, bandido ou reacionário. Era apenas um jovem sonhador, um poeta que com seus versos melódicos encantava serpentes. Não foi o único que tombara sob o fogo das metralhadoras e fuzis das tropas golpistas. Homens, mulheres e crianças banharam aquela madrugada com sangue.

Mas ele era apenas um poeta, um jovem poeta que tentava através dos seus versos, despertar o amor e o fogo revolucionário escondido dentro dos corações de todos os filhos da classe trabalhadora. Fora perseguido como um cão, executado como um monstro. Agora como um troféu seu corpo ensanguentado e crivado de balas era exibido em praça pública.

É alta madrugada e o dia parece que demorara nascer. O povo daquelas bandas enfrentaram dias tenebrosos sob o jugo dos fascistas golpistas. Não será fácil.  Muitos tombarão, outros tantos serão torturados, alguns exilados.

Mas nada será como aquela madrugada, a madrugada em que o encantador de serpentes foi morto brutalmente. Sem julgamento, sem condenação, sem se quer cometer qualquer crime. Fora morto sem explicação. Seria, no entanto seus versos clamando o amor e chamando a revolução?

Não, não foi por nada que o mataram, sabiam do seu fervor revolucionário e de como era perigoso para os golpistas aquele encantador de serpentes e, sobretudo seus versos. Por isso foi caçado como um cão e morto como um monstro.

Mataram um poeta, um jovem poeta. No entanto seus versos não serão esquecidos, ecoaram nos quatros cantos daquela cidade sendo declamado de boca em boca e fazendo com que o povo se organize, se desperte e lute contra o exercito golpista.

O jovem poeta que fora morto naquela madrugada sangrenta já mais será esquecido, tornou-se um Martim e seu exemplo guiara o exercito popular que se formará através da leitura dos seus versos, continuando assim a luta por seus ideais. E enfim chegará o dia em que o exercito popular de encantadores de serpentes triunfarão sob os golpistas-fascistas.

Atividades de formação e mobilização do movimento popular tocantinense

Coletivo José Porfírio

No próximo final de semana ocorrerá na capital (Palmas) uma serie de atividades do movimento popular tocantinense. Participe dos mesmos e contribuam nas discussões, organização e realização das atividades.


Roda de Conversa sobre 'Os desafios do movimento popular tocantinense para o próximo período'.

Dia: 31 de Janeiro de 2014.

Horário: Ás 09h30

Local: Casa Oito de Março, região norte de Palmas - TO.

Organização: Coletivo José Porfírio e Casa Oito de Março.


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Seminário: Para superar a alienação/exploração sobre o trabalho: A construção de um projeto de organicidade socioprodutiva solidaria

Dia: 31 de Janeiro de 2014

Horário: 14h

Local: UFT/Campus de Palmas-TO

Organização: Via SOT


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Manifestação pelo fim do auxilio moradia para os deputados estaduais tocantinenses

Dia: 1º de Fevereiro de 2014.

Horário: Ás 09h

Local: Em frente a assembleia legislativa do Tocantins (Praça dos Girassóis - Palmas/TO)

Organização: Comitê de defesa da cidade.


Politica habitacional em Lajeado: Construção da segunda etapa das casas populares do setor Norte-Sul estão paralisadas há mais de ano

*Por Pedro Ferreira Nunes 

As obras para construção da segunda etapa de moradias populares no setor Norte-Sul iniciada em 2013, no município de Lajeado, estão paralisadas há mais de um ano. Enquanto centenas de famílias lajeadense esperam ansiosamente para sair do aluguel a construção das moradias não está nem na metade. Os materiais abandonados à ação do tempo se deterioram – nada mais do que dinheiro público desperdiçado.

Ainda na construção da primeira etapa os moradores tiveram que terminarem a conclusão das casas, já que a empresa responsável não cumpriu o seu papel no contrato. Muitos tiraram dinheiro do próprio bolso para comprar matérias para fazer o acabamento das residências. Mesmo assim a prefeitura contratou a mesma empresa para construir a segunda etapa. Que já havia mostrado anteriormente que não tinha condições de tocar o projeto.

Devido à decisão judicial a empreiteira que é responsável pela construção de projetos habitacionais em varias cidades do estado e que vem apresentando uma serie de irregularidades foi impedida de continuar tocando o projeto até que as mesmas sejam resolvidas. Porém até o momento nada avançou, o que tem de concreto é uma obra abandonada há mais de um ano, com o que já foi construído sendo deteriorado. E as famílias que seriam contempladas permanecem pagando alugueis absurdos na cidade.

Famílias do setor Norte-Sul convivem com a lama

Há três anos que as primeiras famílias se mudaram para o setor Norte-Sul, mesmo assim a única rua do local ainda não fora asfaltada. Por tanto as famílias são obrigadas a conviverem com a lama no período chuvoso bem como com a poeira no período de estiagem.

A atual gestão da prefeita Márcia Reis (SD) em vez de construir o mínimo de infraestrutura para as famílias que vivem no local planeja ampliar o setor. Uma grande área de cerrado foi desmatada para a construção de novas moradias. No entanto nem a primeira e muito menos a segunda etapa de construção de moradias populares foram concluídas.

Politica de expansão urbana do município de Lajeado

A construção do novo setor na cidade faz parte do projeto de expansão urbana da atual gestão da prefeita Márcia Reis. No entanto é uma politica equivocada. Em vez de construir moradias populares nos vazios urbanos dos setores mais desenvolvido da cidade, que já tem uma boa infraestrutura, ou em setores já existentes que carecem de desenvolvimento como, por exemplo, o Áurea. A prefeitura pretende expandir a cidade criando um novo setor.

Porém se o ritmo de desenvolvimento do mesmo for igual à construção da primeira e segunda etapa das casas populares do setor Norte-Sul, as famílias que acreditam na promessa de que terão sua tão sonhada residência no local podem esperar sentadas (e trabalhando muito para pagar aluguel). Pois até o momento é apenas uma grande área de cerrado desmatada com uma visão linda para o Morro do Segredo e a Serra do Lajeado.

Sem mobilização da população o déficit habitacional continuará sendo empurrado com a barriga bem como a falta de estrutura no setor Norte-Sul

Cabe por tanto o povo trabalhador de Lajeado se organizar para exigir da atual gestão a conclusão da segunda etapa das casas populares do setor Norte-Sul bem como da infraestrutura do mesmo. Pois um setor não se faz apenas com casas residenciais. Se continuarem se conformando com promessas, sorrisos e tapinha nas costas as coisas continuaram sendo empurradas com a barriga até o fim da atual gestão.

 *Militante do Coletivo José Porfírio


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Destruição Ambiental





Destruição ambiental

Cortaram os pés de pequi
Destruíram os buritis.
Acabaram-se os tucuns
E também os muricis.

Não tem macaúba
Mangaba não há.
Não tem mais baru
E nem jatobá.

Cajuí já não tem
Tá difícil de achar.
Até mesmo os babaçus
Conseguiram acabar.

Só vejo soja e cana
Por todo o nosso cerrado.
Florestas de eucalipto
No resto pasto pra gado.

Até quando ficaremos
Parados e de braços cruzados.
Vendo a burguesia agrária
Destruir nosso cerrado?

Comunicação popular tocantinense perde um dos seus mais importantes representantes. Edson Pinheiro o popular ‘Xirle’ –Radialista e blogueiro faleceu no ultimo sábado.

Por Pedro Ferreira Nunes

Foi com profundo pesar que recebemos a triste noticia do falecimento de Edson Pinheiro Nunes no ultimo sábado (17 de janeiro) por um enfisema pulmonar em um hospital particular onde estava internado há alguns dias em Palmas. Sua morte tão repentina, ainda tão jovem, tinha apenas 38 anos, pegou-nos a todos de surpresa.

‘Xirle’ (como era popularmente conhecido) deixa-nos um importante legado e exemplo de alguém que dedicou toda a sua vida a construção da comunicação popular em Miranorte e região. Seja como radialista apresentando o jornal da radio 104,9 ou através do blog Fatos e Boatos que mantinha na internet. Sempre preocupado em divulgar as questões politicas, sociais, culturais e esportivas da sua região. Procurando dar voz ao povo das medias e pequenas cidade do Tocantins. Que quase sempre só ganha espaço na grande mídia nas paginas policiais.

Sem grandes patrocínios e muitas vezes tendo que tirar grana do próprio bolso Xirle nunca desistiu de lutar para que o seu povo tivesse um espaço para se expressar e divulgar sua opinião. Além de divulgar a vida social da Miranorte e cidades vizinhas, ele nunca se omitiu em denunciar os problemas políticos e sociais e buscar soluções para os mesmos, e por essa sua postura foi perseguido muitas vezes pelos poderosos da região. Um blog seu anterior foi hackeado e devido a ameaças teve que se exilar de Miranorte por algum tempo, mas conseguiu superar as ameaças e voltou para sua terra natal para se dedicar ao que tanto amava – a comunicação.

A morte de Xirle não ganhou nenhum espaço na grande mídia local, mas ao ser velado na câmara de vereadores de Miranorte podemos ver o quanto ele era importante para aquela cidade. No entanto isso ainda é muito pouco para alguém que fez tanto pela comunicação popular no Tocantins e em Miranorte, sobretudo.

Nós que acreditamos em uma comunicação alternativa, construída pelo povo e para o povo, não podíamos deixar de lamentar a morte de tão valoroso companheiro. E o nosso profundo pesar não é pelo fato de sermos parentes próximos (primos em primeiro grau), em termos crescido juntos, nas tantas vezes que nos encontramos na chácara dos nossos avós, das brincadeiras e lembranças que ficaram para sempre na nossa memoria. A maior tristeza é saber que pessoas como o Xirle que se dedica ao que acredita, mesmo contra tudo e todos são raros de serem achados.

Nesse momento de dor o nosso profundo pesar a seus familiares – Mãe, padrasto e irmãos e o nosso compromisso de continuar entrincheirado contribuindo na construção de uma comunicação alternativa no Tocantins, tal como ele fez tão bem. A comunicação popular tocantinense perde um dos seus mais importantes representantes, mas o seu exemplo continuará nos guiando. Que os miranortenses e o povo tocantinense em geral mantenham vivo o seu legado.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Conto: Emboscada

Por Pedro Ferreira Nunes

Era por volta das três da madrugada. Danilo estava acordado, Daniel seu companheiro dormia profundamente. De repente Danilo houve passos de alguém se aproximando, seu coração acelera – seria quem eles estavam esperando há tanto tempo?

- Daniel, Daniel. Acorda, tem alguém vindo ai.

Daniel acorda assustado e mais assustado ainda fica quando imagina o que está próximo a acontecer.

- Será que é ele?

- Não sei, se prepara.

- Sim é ele, é ele. É o Valdão.

Os passos se aproximam, era alta madrugada, mas era noite de lua bonita, estava tudo claro. Era impossível de não reconhecer a figura do Valdão – o nome falava por si só. Era um sujeito grande, maior ainda era a sua fama de valentão. No entanto os irmãos Danilo e Daniel estavam conscientes do que queriam fazer.

Valdão estava se aproximando do lugar onde os dois irmãos estavam amoitados, cada passo do valentão fazia o coração dos dois acelerarem mais ainda.

- É agora, vamos lá.

Valdão segue tranquilamente rumo ao rio. Seu parceiro de pesca já o esta esperando desde as duas horas, mas como sempre antes de ir para o seu compromisso Valdão passou na casa de uma das suas três amantes. Essa era a sua rotina. Ali naquela pequena cidade Valdão não tinha apenas a fama de valente, mas também de galã. Tinha três mulheres, as três ele havia tomado de outros, que não ousaram enfrentar Valdão por tamanha ousadia.

De repente ao passar por trás de uma moita de capim sente um golpe forte na cabeça por trás. Sem reação o valentão cai no chão. Daniel e Danilo não perdem tempo e o furam todo com peixeiras, em poucos minutos Valdão esta morto, sem que se quer ousasse alguma reação e muito menos conseguira ver o rosto de seus algozes. Foi tudo muito rápido.

Danilo e Daniel tremiam por dentro, seus corações continuavam acelerados. Eles haviam acabado de cometer um crime, imaginavam como haviam sido capazes de fazer aquilo. Mas o fato é que haviam.


Os dois irmãos pegaram o Valentão jogaram em uma canoa, remaram até o meio do rio, chegando lá amarrou uma pedra no pescoço desse e o jogou dentro do rio.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Poema: Avante camarada

Por Pedro Ferreira Nunes

Camarada chegue pra cá
precisamos conversar
vou preparar um bom mate
para a gente compartilhar.

Sei que as coisas não estão fáceis
e sempre tende a piorar
mas não podemos desistir
a luta não pode parar.

O partido se burocratiza
o sindicato foge da luta
o movimento cheio de oportunistas
tudo se resume a disputas.

Desse jeito a burguesia
não tem por que se preocupar
nós brigando entre nós
e eles a avançar.

Mesmo assim meu camarada
não podemos desistir
se for pra baixar as armas
é melhor nem existir.

Partidos vão e vem
movimentos e sindicatos também
mas a luta não pode parar
precisamos ir além.

Além dos que nos impõem
do que dizem ser possível
não aceitemos mordaças
lutemos pelo impossível.

Tenho plena certeza
já mais nos calaram
sigamos entrincheirados
lutando pela revolução.

Sigamos lutando
no sindicato ou no partido
se for preciso se sacrificar
sim, eu me sacrifico.

Só o que não podemos
é deixar o sonho morrer
de que um mundo novo
haverá de nascer.

Nascer da nossa luta
contra o capitalismo
fazendo revolução
rumo ao socialismo.

O processo de antirreforma agrária do PT, Dilma Rousseff e Kátia Abreu.

“Tô cagando pra vocês” – Diz Kátia Abreu sobre o protesto dos movimentos sociais a sua indicação ao ministério da agricultura.

*Por Pedro Ferreira Nunes

Ok, ok, não foram essas exatamente as palavras da nova Ministra da Agricultura do governo Dilma (PT). Em entrevista para o Jornal do Tocantins e Radio CBN quando questionada sobre as manifestações dos movimentos sociais a sua indicação para o ministério da agricultura a ‘nobre’ senadora Katia Abreu (PMDB) declarou que como ministra da agricultura o seu papel ‘é atender a quem tem terra, quem produz, é a estes que ela deve satisfação’. Já quem esta lutando por terra deve tratar com o ministério do desenvolvimento agrário. Por tanto para bom entendedor... O recado dela foi claro.

A missão de inserir a pequena agricultura na cadeia do agronegócio

Segundo Kátia Abreu a sua principal missão a frente do ministério da agricultura será de inserir a pequena agricultura (agricultores familiares e camponeses) na produção voltada para logica de mercado do agronegócio. Superando assim, a produção voltada para subsistência. Nesse sentido a nova ministra da agricultura ressaltou a importância da lei nacional de assistência técnica e extensão rural aprovada pelo governo que dará a possibilidade do sistema S entrar com força no campo brasileiro.

É por tanto a consolidação do processo de antirreforma agraria sob o governo Dilma (PT) denunciado com veemência pelos saudosos Dom Tomas Balduíno e Plínio de Arruda Sampaio. Que consiste em capitular a agricultura familiar e camponesa para logica de produção do agronegócio. O que vai totalmente contra a logica de produção defendida pelos movimentos populares do campo que defendem uma produção voltada para agroecologia, soberania alimentar e preservação ambiental.

Para Kátia Abreu não é necessário criar novos assentamentos, mas fazer os que já existem tornarem-se produtivos para que sejam inseridos no mercado, com a logica deste. No Tocantins este projeto tem se consolidado nos últimos anos com Kátia Abreu entrando em nome do governo federal em áreas de assentamento com o programa ‘Minha casa, minha vida rural’ e com o Pronatec Rural implementado pelo Sebrae.

Para consolidar o projeto de antirreforma agrária no Brasil, Dilma Rousseff não poderia escolher um nome melhor. Kátia Abreu comanda há vários anos a principal organização ruralista do Brasil, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), foi uma das principais articuladoras pela aprovação da reforma do código florestal que beneficia os grandes produtores, articulou uma CPMI no congresso nacional com o objetivo de criminalizar os movimentos de camponeses sem terra e ferrenha defensora do uso de transgênicos e agrotóxico na produção de alimentos.

Para senadora pobre deve comer sim alimentos produzidos com agrotóxico, pois sua produção é mais barata – é fato que isso pode gerar doenças graves, mas para nova ministra da agricultura o que importa é o lucro.

Financiada pela construtora OAS com um montante de 925.000.00 (empresa responsável pelo clube de empreiteiras que surrupiaram os cofres da Petrobrás nos últimos anos como aponta investigações da policia federal) na disputa por uma vaga ao senado. É também acusada de grilagem de terras de camponeses pobres no Tocantins, como aponta artigo escrito por Dom Tomas Balduíno em 2012. E processada no supremo tribunal federal por usar talões da CNA pedindo contribuição para agricultores para financiar campanhas eleitorais com o brasão da república.

Suplente de Kátia Abreu é ex-presidente do PT do Tocantins

Vários setores ligados ao PT protestaram com a indicação de Kátia Abreu (PMDB) para assumir o ministério da agricultura. No entanto tais manifestações não passam de farsa, é apenas jogo de cena para agradar os movimentos sociais que ainda tem ilusão no governo petista.

Pois tal intenção já estava explicita quando Kátia Abreu deixou o PSD para ir para o PMDB (partido que historicamente comanda o ministério da agricultura), segundo ela atendendo aos pedidos do vice-presidente da republica Michel Temer e a um projeto nacional. Como também a aproximação de Katia Abreu com o governo Dilma, inclusive sendo a porta voz dessa em áreas de assentamento no Tocantins e outros estados.

Mas, sobretudo pelo fato do primeiro suplente de senador de Kátia Abreu ser do PT, Donizete Nogueira é ex-presidente do partido no Tocantins. Por tanto esta muito claro que a direção do PT sabia muito bem da intenção da presidente Dilma de fazer de Kátia Abreu sua ministra da agricultura. Si omitiram isso, ou fizeram cara de surpresa foi pura e simplesmente por jogo de cena.

Fazer do Tocantins o principal ponto de logística do agronegócio brasileiro

A declaração também é da senadora e agora ministra da agricultura Katia Abreu. O Tocantins esta localizado em um território extremamente estratégico para o agronegócio brasileiro. É hoje o principal corredor de escoação da produção do campo brasileiro na região norte, nordeste e centro-oeste. O objetivo dos ruralistas é baratear este transporte com a conclusão da ferrovia norte sul, a duplicação da BR-153 e a construção da hidrovia Tocantins-Araguaia.

Por tanto o nome de Kátia Abreu para o ministério da agricultura, uma senadora de um estado que não tem grande força politica e econômica no cenário nacional não é mero acaso. Mas atende aos interesses de uma elite agrária que consolida e avança sua força no meio rural brasileiro. E que para tanto o Tocantins é extremamente estratégico.

A luta por reforma agrária continua. Na lei ou na marra!

Para nós militantes das causas sociais, que nos entrincheiramos no Tocantins na luta por uma reforma agrária de fato neste país. Não vemos motivos para festa. Não há o que comemorar pelo fato de Kátia Abreu ser a primeira tocantinense a ocupar um ministério ou por ser a primeira mulher ministra da agricultura do Brasil.

Não, não temos motivos para sentir orgulho de uma figura que não serve aos interesses do povo tocantinense, mas sim a uma pequena elite agraria. Kátia Abreu no ministério da agricultura deve ser encarado pelos movimentos campesinos que não se venderam e nem se corromperam como uma declaração de guerra do atual governo a reforma agrária.

Por tanto povos do campo, das águas e das florestas uni-vos!

“A reforma agrária radical é a única que pode dar a terra ao camponês”.
Ernesto Che Guevara


*Pedro Ferreira Nunes é Educador Popular e Militante do Coletivo José Porfírio.