quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Poema - Pescador

Camarada pescador
Que trazes no teu jacá?

Pirarara,
Pacu,
Curimatá?

Que trazes no teu jacá?

Facão,
Jau,
Tracajá?

Que trazes no teu jacá?

Mandi moela,
Cabeça de bagre,
Carcará?

Camarada pescador
já não pode mais pescar,
A fiscalização não deixa
nem mesmo pra se alimentar.
Mesmo assim tu insistes
e os consegui driblar.

Por tanto me diga camarada
O que trazes no teu jacá?

Caranha,
Tucunaré,
Mampará?

O que trazes no teu jacá?

Cachorra,
Ladina,
Caracará?

Que trazes no teu jacá?

Eles destroem o rio construindo barragens,
Tu não podes nem pescar,
Nem pra tua subsistência,
Nem mesmo pra se alimentar.

E o pescador me responde:

- Trago no jacá a esperança
Que dias melhores virão
Que parem de destruir o Tocantins
pois muitos peixes estão entrando em extinção.

Pobre pescador, pobre pescador,

Que doce ilusão.

*Por Pedro Ferreira

Ocupação 'Pinheirinho Vive' - Palmas - TO (+playlist)

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Máfia dos lotes no Tocantins – Por uma CPI na assembleia legislativa para investigar a doação e venda de areás públicas no Tocantins



Carro de empresario que denuncio o esquema foi queimado
“Não há lotes para construir moradias populares para combater o déficit habitacional no estado, mas há para doar para empresários e aliados políticos sim.”

Por Pedro Ferreira


No ultimo dia 04 de setembro o ministério público federal denunciou um esquema de venda de lotes onde procuradores, empresários e gestores estão sendo investigados. As negociações causaram um prejuízo de R$ 50 milhões ao estado. Foram negociados de forma irregular cerca de600 lotes.


“O MPE explicou como funcionava o esquema da "máfia dos lotes", termo usado pelos promotores. Os terrenos públicos, que na época eram administrados pela antiga Companhia de Desenvolvimento do Estado do Tocantins (Codetins), eram dados em troca de favores políticos ou adquiridos por servidores e gestores públicos, que utilizavam das facilidades do cargo, para facilitar a aquisição dos terrenos. Neste caso, laranjas eram usados para não levantar suspeitas.”

 

Infelizmente esta é uma prática histórica dos governos tocantinenses, diversos terrenos públicos tanto no campo como na cidade são doados para aliados em troca de apoio político. Ora e outra esses absurdos vem à tona, no entanto até o momento os responsáveis por esses crimes não são punidos, ao contrario, em vez de corrigir se legaliza. Um dos casos mais conhecido é o que envolve a senadora Katia Abreu acusada de grilar terra de camponeses na região norte do Tocantins.

 

Essa prática não é exclusiva apenas do governo estadual, nos municípios também vemos essa politica em ação. Recentemente em um artigo intitulado ‘Por uma politica habitacional para quem de fato necessita em Lajeado’ podemos ver a politica de doação de lotes e casas populares para pessoas que não necessitam, deixando de lado famílias que estão em uma situação de maior vulnerabilidade social, demostrando assim uma clara ação de compra de apoio político e troca de favores. No primeiro semestre de 2013 também vimos denuncia de doação de lotes irregular na gestão do prefeito Raul Filho (PT) entre 2004 a 2012 na prefeitura de Palmas.

Enquanto milhares de famílias tocantinenses continuam vivendo em condições precárias, sem um teto para morar. O governo criminosamente doa  áreas públicas em troca de apoio politico. Vemos por tanto que a questão do déficit habitacional no Tocantins não é resolvida por falta de vontade politica, pois áreas e recursos públicos para construir moradias populares existem.

Vamos ver qual vai ser a postura do secretario de regularização fundiária Irajá Abreu frente a este processo, esperamos que este crime não seja legalizado mais uma vez como tantos outros casos. No entanto não tenhamos ilusão à nomeação de Irajá Abreu para esta pasta já foi com o objetivo de regularizar a grilagem de terra no estado. A classe trabalhadora tocantinense, sobretudo os movimentos de luta por moradia popular devem ficar atentos e não vacilar.

Exigimos por tanto:

1-         Que o governo estadual, municipais e o ministério público suspenda imediatamente a doação de todos os lotes doados para empresários e aliados políticos;
2-         Destinação desses lotes e outras áreas públicas para construção de moradias populares para as famílias sem teto;


3-         Instalação de uma CPI da máfia dos lotes para investigar a doação de lotes públicos por parte do governo estadual  e a venda desses lotes por autoridades públicas e empresários na assembleia legislativa bem como punição a todos os responsáveis por tais práticas.

*Fonte: G1 Tocantins

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Ruralistas, médicos cubanos e trabalho escravo

Deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO)
Por Pedro Ferreira

Entre os mil argumentos levantados pela direita reacionária contra a vinda de médicos cubanos para atuar no programa ‘Mais médicos’ lançado pelo governo federal, um me chamou bastante atenção – O de que os médicos cubanos serão submetidos a condições análogas ao trabalho escravo.

Foi durante a primeira audiência pública convocada pela câmara dos deputados na ultima quarta-feira (04/09) para debater o programa - O deputado e médico Ronaldo Caiado (DEM-GO) figura histórica da UDR (União Democrática Rural) importante líder da bancada ruralista subiu na tribuna para condenar a vinda de médicos cubanos alegando que os mesmos irão atuar em regime de escravidão. Pois ao contrario dos médicos de outros países, os cubanos receberam apenas parte dos salários, o restante do recurso será enviado para o governo cubano.

O deputado federal Ronaldo Caiado ao protestar com veemência contra o trabalho escravo ao qual segundo ele serão submetidos os médicos cubanos nos revela a face hipócrita da burguesia brasileira – Pois este mesmo deputado que agora se mostra defensor dos direitos humanos participa da bancada ruralista que foi responsável por fazer com que os trabalhos da CPI do trabalho escravo que investiga a utilização de mão de obra no regime análogo ao da escravidão, sobretudo em grandes propriedades de terra acabassem em pizza. 

Os ruralistas recusaram-se a colocar no relatório da CPI o termo trabalho escravo, o que fez com que o setor oposicionista aos ruralistas apresentasse um relatório paralelo. A atitude dos ruralistas de não reconhecer o trabalho escravo, sobretudo em grandes propriedades rurais é no sentido de dificultar e combater a proposta de lei que destina áreas que utilizam mão de obra escrava para o programa de assentamento de famílias sem terra já aprovado na câmara.

Qual o conceito de trabalho escravo tem o nobre deputado Ronaldo Caiado?

Os ruralistas, grupo do qual o nobre deputado Ronaldo Caiado é um dos principais lideres – Não aceitam qualificar como trabalho escravo o trabalhador encontrando trabalhando em condições desumanas, sobretudo em grandes propriedades de terra, pois os dados que investigam a utilização de mão de obra análoga à escravidão no Brasil aponta que os principais focos estão no campo, sobretudo na região norte do Brasil, o ultimo levantamento apontou os estados do Pará e Tocantins como os campeões de casos de utilização de mão de obra escrava.

Estes trabalhadores são submetidos a condições de trabalho insalubres, sem alimentação adequada, alojamento, assistência médica como também sem direitos trabalhistas como salário mínimo, férias, decimo terceiro entre outros. Na maioria dos casos os trabalhadores são privados de sua própria liberdade, sendo obrigados a se submeter a este tipo de trabalho sub a ameaça de jagunços armados. No entanto para os ruralistas isto não é trabalho escravo, ao contrario eles utilizam abertamente desse tipo de exploração da classe trabalhadora campesina com a anuência do estado.

Por trás do discurso hipócrita de defesa dos direitos humanos da direita reacionária representada pelo discurso do deputado Ronaldo Caiado esta o interesse de manutenção da ordem vigente. De privilégios e regalias para os setores abastardo da sociedade, da concepção mercadológica da saúde, educação entre outros serviços públicos fundamentais para a população.

Não nos iludamos não será o programa ‘Mais médicos’ que fará com que tenhamos uma saúde pública de qualidade, no entanto não podemos negar a sua necessidade em um país onde mais de 700 municípios não tem se quer um médico atuando na saúde preventiva. Mas além de médicos são necessário hospitais estruturados, aparelhos e profissionais preparados, é necessário também à descentralização dos serviços de saúde e acima de tudo combater a logica mercadológica desde a formação do profissional, pois ninguém pode lucrar com a doença do outro, precisamos fortalecer o SUS e não privatiza-lo.

Aqueles que se colocam contra o programa, em especial a vinda de médicos cubanos continuaram procurando argumentos absurdos tal como esta de que os cubanos serão submetidos a trabalho escravo, o que é uma inverdade, mas esses senhores que ao longo da nossa historia construíram suas riquezas e privilégios através da exploração, da alienação e da opressão do povo não tem a sinceridade como uma virtude.


Que seja bem vido ao nosso país os médicos cubanos que dão um exemplo extraordinário de solidariedade internacionalista atuando em mais de 56 países. Fazendo um belíssimo trabalho humanitário sem visar o lucro, e é por isso que parte dos salários desses médicos vai para o governo cubano investir na formação de novos profissionais e o no desenvolvimento da medicina cubana. Medicina esta que não esta a serviço apenas do povo cubano, mas de todos os povos do mundo que dela necessitar.

*Pedro Ferreira é Educador Popular, Bacharel em Serviço Social, militante do Bloco de Resistência Socialista e do PSOL-TO.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Meu poema

*Por Pedro Ferreira

Meu poema é como um coquetel molotov
Surge da indignação contra as injustiças
Arma da luta anticapitalista!
Que meus versos sejam como as chamas 
dos coquetéis molotov
E possam incendiar corações e mentes
Despertando o povo para revolução comunista!