quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ensaio literário


Despedida

*Por Pedro Ferreira

Chegara à hora, ela o abraçou tão forte como que sentisse que seria a ultima vez, não queria solta-lo nem um instante, mais teve que fazê-lo, suas mãos que pousavam sobre o corpo dele foram recuando levemente, no rosto um sorriso triste que transparecia a dor de uma despedida. Virou-se e entrou no ônibus.

Ele por sua vez saiu dali rapidamente, como sempre tentando esconder seu lado humano, demasiado humano. Caminhava rapidamente como se precisasse fugir dali, no entanto parou por um momento e ficou observando o ônibus partir – Talvez esperasse que ela desistisse e voltasse correndo para os seus braços.

Naqueles segundos ali, veio tudo a sua cabeça – nos momentos que passaram juntos, de tudo que tinha acontecido. Conheciam – se já há algum tempo. Por caminhos diferentes se encontraram no mesmo ideal, lutar por uma sociedade justa e igualitária, e desde o primeiro momento se apaixonou pelo sorriso e pelo olhar dela.

Com o tempo sua paixão por ela só aumentava, queria tê-la, no entanto esse sonho cada vez parecia mais distante. Era um sonho vê-la, tocá-la, tê-la, o sonho tornou se realidade, mesmo que por apenas alguns dias, algumas noites, mais que noites foram aquelas.

Os dias que passaram juntos foram de uma felicidade imensa – Ele que vivia com a cabeça voltada pra militância política construindo a luta da classe trabalhadora. Pela primeira vez pensou em casar, ter filhos, morar no interior, claro com ela.

Agora naquela fria rodoviária ele observava todos os seus sonhos irem embora naquele ônibus. Não era o ônibus em si, mas sim quem ele levava. Não era para tanto, ela não iria para tão longe assim. Mais ao ver o ônibus partindo da rodoviária e perde-lo de vista nas curvas do caminho, era como se ele adivinhasse no seu intimo – Nunca mais haverei.

Ao chegar à solidão do seu quarto, onde ainda podia sentir o perfume dela impregnado no ar, onde há poucos dias pela primeira vez se entregaram a mais intensa paixão. Leu a carta que ela lhe deixará que apenas confirmava o que ele já sentia.

“...Se lembra quando a gente chegou um dia acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba.” Renato Russo

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Reflexões sobre o processo eleitoral: ‘Ser ético com a coisa pública virou qualidade quando deveria ser obrigação. ’


*Por Pedro Ferreira

Milhares de candidatos Brasil afora se orgulham e estufam o peito ao se apresentar para o leitorado brasileiro dizendo que é ficha limpa. Aliás, essa tem sido a principal bandeira de muitos deles, ou melhor, a única.

Dês de que a lei de iniciativa popular conhecida como lei da ‘ficha limpa’ foi aprovada pelo supremo tribunal federal. Políticos de diferentes partidos (direita, esquerda, centro, cima, baixo) se orgulham e estufam o peito para dizer que é ficha limpa, e não se esquecem de recomendar – Vote em político ficha limpa.

Muitos se que sabem qual o papel deve desempenhar um parlamentar ou um gestor público, confundem executivo com legislativo e até mesmo com o judiciário. Exemplo disso são os discursos, sobretudo dos candidatos a vereadores prometendo construir praças, postos de saúde, creches, escolas além de asfaltar ruas entre muitas outras promessas mirabolantes.

Não que eu seja contra a lei da ficha limpa, ao contrario – No entanto ser ético não devia ser qualidade de alguém que se propõe a administrar serviços públicos ou representar a população, ser ético com a coisa pública é obrigação.

Por tanto não votemos em um sujeito simplesmente por que ele tem a ficha limpa. Muitos a ficha é tão limpa que não tem uma contribuição se quer na construção da luta da classe trabalhadora, são criaturas que representam apenas a si mesmo ou os interesses da classe dominante.

Votemos em candidatos frutos de processos coletivos, que representam o desejo de um coletivo. Mais não de qualquer coletivo. Coletivos que lutam e defendem com intransigência os direitos da classe trabalhadora, que não se venderam e nem se corromperão.

Mais não tenhamos ilusão, as mudanças necessárias por qual tanto lutamos, será obra da classe trabalhadora como disse Marx há tanto tempo atrás. E a classe trabalhadora não é um individuo mais sim um conjunto de indivíduos organizados, caminhando na mesma direção com o mesmo objetivo.

*Pedro Ferreira – Educador Popular e militante do Bloco de Resistência Socialista.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Movimentos Populares do Nordeste Goiano: Organização, Formação e Luta.



Vídeo - documentário de nossa viajem ao nordeste goiano para articular e fortalecer a luta do movimento popular contra o modelo hegemônico na região. Além de imagens da região e da roda de conversa, apresentamos também entrevistas com os educadores Josivaldo e Pedro dês do monumento em homenagem a Coluna Prestes como também fazendo uma avaliação das articulações feitas na região.

sábado, 1 de setembro de 2012

Comunistas: A marcha Continua



*A todos os mártires da luta pelo comunismo

Enquanto houver injustiças e as desigualdades sociais continuar reinando
Continuaremos marchando!
Enquanto o trabalhador for explorado e a burguesia continuar lucrando
Continuaremos marchando!
Enquanto houver latifúndios e o camponês sem terra penando
Continuaremos marchando!
Enquanto nossas lutas a burguesia continuar criminalizando
Continuaremos marchado!
Enquanto o sangue dos nossos mártires continuarem derramando
Continuaremos marchado!
Enquanto nossa juventude a policia continuar exterminando
Continuaremos marchando!
Enquanto a mais valia nas mãos de poucos continuar ficando
Continuaremos marchando!
Enquanto o sistema capitalista a classe trabalhadora continuar explorando
Continuaremos marchado!

*Pedro Ferreira – Educador popular e militante socialista